Decoração-Qual seu conceito, origem
e história? A palavra tem origem na antiga Roma- decoratione- mas seu
conceito remonta aos egípcios. Curiosamente, de todas as línguas
neolatinas, o italiano é o único idioma que utiliza outra palavra para a
idéia: arrendamento. O inglês, a mais importante língua do mundo
moderno, também a utiliza - decoration.
Decorar, como precisa o importante historiador, poeta, etc, Edward
Lucie-Smith - Furniture: a Concise History ,Thames and Hudson , em
termos históricos , era uma tarefa supérflua. Claro, os povos nômades,
dos quais descendemos, não tinham essa preocupação. Depois, surgiram
a casa, os templos, os palácios,etc.
Na sua primeira e mais conhecida acepção, decorar significa embelezar.
Uma simples observação da cadeira e escabelo (footstool, ottoman) na
tumba de Tutakamon deixa claro esse aspecto. Havia a preocupação
nítida de decorar o objeto, ou seja, a cadeira. Assim, decorar significava
ornamentar móveis, vasos, ânforas,etc ;ntroduzir neles uma série de
novas linhas, ornatos em baixo ou alto relevo.
Em algumas ocasiões, utilizavam-se materiais diferentes para essa
finalidade. Ou enatão, como no caso de peças feitas de madeira,
combinavam-se diferentes variedades, cabendo a mais nobre, por
exemplo o ébano, a função de ornato. De qualquer forma, o leitmotiv
era a elaboração de um efeito visual que proporcionase prazer e
conforto espiritual.
Em algumas oportunidades, como por exemplo nos afrescos ou ânforas,
os motivos eram relatos de grandes feitos humanos ou tragédias - como
guerras, conquistas, etc. Nestes casos, constituiram peças fundamentais
para a compreensão da história humana. Esta é, sem dúvida, a sua
primeira e mais comum acepção.
Mas, o que leva o homem a criar obras de arte? H. W. Janson, na sua
monumenntal obra A História da Arte (Fundação Calouste Gulbenkian,
Lisboa,1989) afirma que a arte tem origem na necessidade do homen de
decorar, enfeitar o mundo que o cerca, embelezar sua vida e a do seu
habitat.. Os afrescos - desenhos, nas cavernas, são testemuhnos
incontestá¡veis, desde os primórdios, de tal raciocínio. Nesse sentido , a
necessidade humana da decoração termina por desdobrar-se em artes
maiores: a pintura e escultura. É a mater.
Avancemos uim pouco no seu conceito e história. No princípio, os
primeiros objetos foram as cadeiras, escabelos, baús e camas. A cadeira
era símbolo de poder e daí, creio, o escabelo era uma necessidade para
igualar, na horizontal, a visão do superior à do subordinado.
Posteriormente, ele cairá em desuso. A história da decoração, nos seus
primórrdios, confunde-se com a do mobiliário. E, é claro que assim o
seja pois, o mobiliário foi e continua sendo o elemento essencial na
decoração.
A Idade Média nada nos deixou de interessante nesse campo. O século
XV, além do nascimento da imprensa, por Gutemberg, nos trouxe a
descoberta da mesa para comer como objeto essencial, e da tapeçaria.
Parece-me que a bancada de trabalho, mesa alta própria para trabalhos
manuais em pé, antecedeu a idéia da mesa para comer. O uso do garfo
surge oficialmente com Henrique III, em 1536 . O quadro de Leonardo
da Vinci sobre a Santa Ceia nos confunde. Na época de Cristo , não havia
mesa para refeições.
E a relação entre arquitetura e decoração? Questão delicada, porém me
atreveria a afirmar que a arquitetura é a sua mestra ou,
expressando-me melhor, seu conjunto de restrições. Os arcos romanos -
bizantinos - e góticos expressavm a dificuldade do homem para vencer
as forças de tração na flexão! Uma curiosidade histórica da engenharia
estrutural. Depois, com o o aço e o concreto armado, os vãos
tornaram-se realmente livres, permitindo novos vôos para construtores ,
arquitetos e decoradores de interiores.
A decoraçao ,propriamente dita, surge apenas após o Renascimento.
Caberia destacar especialmente o empenho, nesse sentido, dos reis
Líuises da França- Luís XIV, XV e XVI. E, em particular, Luís XIV, o Rei
Sol, construtor do magnífico Palácio de Versailles.
O mais importante significado da decoração no mundo moderno
partece-me que é tentar dar equilíbrio e harmonia a um conjunto de
peças, cores, ,objetos, obras de arte,etc, com formas e texturas
diversas, concebidas quase sempre em diferentes contextos históricos
(denominados estilos, em outras palavras, épicos) dentro de um
determinado espaço ( definido por piso, paredes e teto - o contorno,
enfim- no caso da decoração de interiores) tendo por finalidade dar
conforto e prazer a quem utiuliza o ambiente. Tarefa nada fácil.
Sobretudo, num mundo de mudanças tão rápidas.
Novas necessidades embasadas em novos materiais e tecnologias
surgem do dia para a noite. A eletricidade, o telefone, a televisão, o
computador,etc. Além disso, os hábitos, no decorrer do desenvolvimento
sócio-econômico, mudam e surgem os bares, restaurantes e hoteis. A
casa tem que mudar, apesar de sua natural associação com o ventre
materno. É a vida. Como bem precisou Gardel, nada é eterno. Eis aí a
questão. A premissa para esses argumentos é a de tratar-se de
sociedades com certo nível de desenvolvimento social e cultural, pois,
como bem afirmam os autores de World Furniture (editado por Noel
Rilev, New Jersey,1989) "furniture is a better cultural barometer than
either" (os móveis são, dentre todos, o melhor barômetro cultural).
A decoração aparece, primeiramente nesse mais recente sentido , nos
palácios e cortes. Posteriormente, a partir do século XIX, tende a se
tornar mais tangível para as classes menos abastadas no Primeiro
Mundo. O estilo Biedermeier - tentativa alemã para a popularização do
mobiliário e de sua industrialização - é nesse aspecto extremamente
revelador. Mas é apenas a partir deste século XX que ela passa a existir
em larga escala. Tornou-se uma verdadeira necessidade. Desdobrou-se,
além do mais, no paisagismo.
Pari passu com o surgimento dos decoradores surgiram os designers. São
inúmeros os exemplos, no entanto, mesmo num texto curto como esse
não posso esquecer o nome de Thomas Chippendale no século XVIII.
Dedicavam-se, como até hoje o fazem, aos projetos-designs- de peças,
objetos,etc.
A maioria das pessoas tende a confundir, segundo minhas observações, a
figura do decorador a do designer, por isso insisto em tentar estabelecer
essa diferença. O designer resolve elementos individuais, peças, objetos
etc, não espaços. O decorador, como afirmei acima, tentará dar
harmonia a combinação de difrentes peças, criadas por diferentes
designers, em diversos períodos históricos. Esta sua arte. Nada fácil.
Aos decoradores, designers e paisagistas duas observações me parecem
interessantíssimas . A clássica e generalizada afirmação : "Mas isto é
apenas um detalhe" me ocorre a máxima : "O diabo, é¨ que Deus está
nos detalhes"; e a segunda, de um decorador de fala inglesa, que numa
tradução livre diz mais ou menos assim: "o decorador deve estar
constantemente educando seus olhos atrtavés de visitas a museus, do
olhar para pinturas, esculturas, livros, revistas, móveis, edifícios,etc.".
Parece-me um bom conselho, pois "os olhos" precisam ser educados.
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Pappilons... somos todos Borboletas em constantes metamorfoses....
Passa uma Borboleta
Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
E a flor é apenas flor.
Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
E a flor é apenas flor.
Parabéns Carol, muito sucesso aki no seu cantinho e espero que vc goste desse mundo Blogosférico que é uma delícia...
ResponderExcluirVamos agora poder trocar altas idéias... rsss
Bjim e até mais... ah, e já seguindo... hehehe